Empresas do cantor sertanejo Gusttavo Lima, beneficiadas pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), somam mais de R$ 20 milhões em isenções e geram debate nas redes.
O cantor Gusttavo Lima, de 35 anos, voltou ao centro das atenções após a divulgação de uma lista do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), que incluiu suas empresas entre as beneficiadas com isenções fiscais que somam mais de R$ 20 milhões. As empresas Balada Eventos e Balada Bilheteria Digital, ligadas ao artista, estão entre as 400 companhias de Goiás que obtiveram vantagens tributárias graças ao programa federal criado em 2021 para apoiar o setor de eventos durante a pandemia.
A divulgação da lista gerou repercussão nas redes sociais e abriu discussões sobre os critérios utilizados pelo governo para conceder tais benefícios, especialmente pelo alto valor associado às isenções das empresas de Gusttavo Lima.
O que é o Perse e quem pode participar?
Criado em 2021 pela Lei nº 14.148, o Perse foi idealizado como uma medida emergencial para mitigar os impactos da pandemia de Covid-19 no setor de eventos, um dos mais prejudicados pelas restrições sociais. O programa oferece vantagens como isenções fiscais, renegociações de dívidas e indenizações, beneficiando empresas que atuam em shows, eventos culturais, congressos, casas noturnas, hotéis e serviços turísticos.
Em 2024, a Lei nº 14.859 trouxe novas regras para o programa, estendendo os benefícios até o final de 2025. Apesar disso, críticas surgem em relação à abrangência dos critérios, que incluem grandes empresas e figuras públicas, como as vinculadas a Gusttavo Lima.
Posicionamento oficial de Balada Eventos
Em resposta à polêmica, a Balada Eventos, responsável pela gestão da carreira de Gusttavo Lima, emitiu uma nota afirmando que todas as operações estão dentro das regras fiscais do Perse.
“A Balada Eventos, empresa que gerencia a carreira artística de Gusttavo Lima, informa que está dentro das regras fiscais do PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos),” diz o comunicado.
A nota também destacou a importância do programa para a recuperação do setor de eventos e seu impacto na geração de empregos. Segundo a empresa, o Perse foi essencial para apoiar empresas que enfrentaram perdas significativas durante a pandemia e segue sendo um motor para a retomada econômica do segmento cultural e de entretenimento.
O impacto econômico do Perse
De acordo com a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE), o setor de eventos foi o maior gerador de empregos no Brasil em 2023, contribuindo diretamente para a renda de milhares de famílias. A nota da Balada Eventos reforça que o Perse foi crucial para esse resultado, ajudando empresas a se reestruturarem após quase dois anos de paralisação forçada pela pandemia.
“A geração de emprego e renda reflete a importância do PERSE, que fomentou o segmento de eventos, cultura e entretenimento, permitindo uma rápida retomada dos setores após o longo período de paralisação,” destaca o texto.
Repercussão nas redes sociais
A revelação dos R$ 20 milhões em isenções fiscais gerou um misto de apoio e críticas entre internautas. Enquanto alguns apontam o programa como fundamental para a recuperação do setor, outros questionam a concessão de benefícios a grandes empresas e personalidades públicas, como as vinculadas a Gusttavo Lima.
“Enquanto pequenas empresas lutam para sobreviver, grandes nomes da indústria levam milhões em isenções,” escreveu um internauta. Outros destacaram que o cantor emprega milhares de pessoas direta e indiretamente, justificando o benefício.
Um debate em aberto
A polêmica envolvendo Gusttavo Lima e suas empresas coloca em evidência a complexidade do Perse e a necessidade de maior transparência sobre os critérios de concessão dos benefícios fiscais. Enquanto isso, o cantor e sua equipe reiteram que todas as operações foram realizadas dentro da legalidade, ressaltando o papel crucial do programa na retomada do setor de eventos no Brasil.
O debate sobre os impactos e a distribuição dos benefícios do Perse continua, destacando a tensão entre a recuperação econômica e a percepção pública sobre justiça tributária.