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Acordos Comerciais dos EUA: Assimetria e Domínio nas Relações Econômicas Globais

Os acordos comerciais firmados pelos Estados Unidos com potências globais como União Europeia, Japão, Reino Unido, Indonésia, Vietnã e Filipinas revelam uma clara assimetria nas condições de negociação. Neste artigo, vamos explorar os detalhes desses acordos, as reações de especialistas e as possíveis consequências para a economia mundial.

Os EUA impuseram tarifas de importação que variam entre 10% e 20%, enquanto os países envolvidos se comprometeram a não retaliar com tarifas equivalentes. Essa dinâmica favorece os interesses estadunidenses, permitindo que seus produtos tenham acesso prioritário a mercados estrangeiros, potencializando o domínio econômico dos EUA no cenário global. O professor Nildo Ouriques, especialista em Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina, ressalta que esses acordos são vitórias significativas para a administração de Donald Trump.

Além da elevação das tarifas, os países envolvidos concordaram em aumentar investimentos e aquisições em várias áreas, somando bilhões de dólares em mercadorias e serviços. Ouriques argumenta que essa estratégia visa proteger o mercado interno estadunidense e reforçar a centralização de capital, já que pequenas empresas poderão ser prejudicadas pelas novas tarifas elevadas. “Essas tarifas favorecem o surgimento de monopólios, eliminando a concorrência e criando insegurança no mercado”, afirma.

Recentemente, a União Europeia fechou um acordo com os Estados Unidos, reduzindo tarifas de importação para 15% na maioria dos produtos, bem abaixo dos 30% inicialmente propostos. Em contrapartida, a UE se comprometeu a não aplicar tarifas recíprocas e a investir bilhões de dólares na compra de energia e equipamentos dos EUA. Embora o acordo tenha sido elogiado por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, autoridades como François Bayrou, primeiro-ministro francês, criticaram o trato, caracterizando-o como uma submissão europeia às pressões estadunidenses.

No cenário asiático, o Japão aceitou acordos de tarifas de importação de 15%, em contraposição aos 24% propostos anteriormente. Além disso, o país se comprometeu a comprar aeronaves da Boeing e a elevar investimentos em defesa com empresas dos EUA. Já Indonésia e Filipinas também se alinharam aos interesses norte-americanos, firmando acordos que reduzirão tarifas de 19% e eliminarão barreiras para produtos americanos.

O especialista Nildo Ouriques conclui que a China permanece como uma exceção, mantendo certa liberdade em sua política comercial, apesar da pressão dos EUA. Ouriques acredita que a disputa entre EUA e China se intensificará, e a guerra tarifária pode ter ramificações significativas na economia global nos próximos anos.

Esses acordos comerciais não apenas moldam a economia de potências estratégicas, mas também redefinem as relações comerciais internacionais, refletindo uma tendência de assimetrias que poderá impactar o comércio global e o equilíbrio de poder entre nações.

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