Justiça entrega guarda de Leo a Murilo Huff após acusações de omissão médica e alienação parental contra Dona Ruth. Defesa da avó promete recorrer.
A disputa judicial entre Murilo Huff e Dona Ruth pela guarda de Leo, filho de Marília Mendonça, teve nova reviravolta. A Justiça concedeu a guarda ao pai, apontando alienação parental e omissão médica por parte da avó materna.
Juiz cita alienação parental e negligência com saúde de Leo
O Fantástico deste domingo (13) revelou detalhes do processo que chocaram o público. Em decisão liminar, o juiz da Segunda Vara de Família de Goiânia deu a guarda provisória de Leo a Murilo Huff, destacando a importância do poder familiar exercido pelos pais, desde que aptos às funções. A sentença também apontou uma deterioração grave na relação entre Ruth Moreira e o ex-genro.
Segundo o juiz, Dona Ruth agia de forma unilateral, dificultando a convivência do pai com o filho e transformando a guarda compartilhada em uma arena de desinformação. O processo cita o uso de mecanismos típicos de alienação parental. Em nota, Murilo declarou: “Nunca impedi e nunca impedirei a convivência com a avó materna. Tentei acordo antes do processo, mas fui ignorado”.
O ponto mais grave foi a revelação de possíveis atos de negligência médica. Leo, que é diabético tipo 1, estaria tendo informações clínicas escondidas de Murilo. O processo apresenta áudios das babás relatando ordens para esconder medicamentos e relatórios médicos do pai. Frases como “não fala pro Murilo que ele tá tomando antibiótico” foram transcritas. O juiz classificou os atos como violação da cooperação parental e risco direto à saúde da criança.
Em sua defesa, Dona Ruth declarou ter um grupo com as babás e uma médica endocrinologista para acompanhar a rotina de Leo. Ela negou qualquer omissão e disse que “Murilo sempre soube das condutas médicas”. Emocionada, contou que a perda da guarda a fez reviver o luto da filha: “Quando me vi sem o meu neto, voltei a viver esse luto. É cruel com ele e conosco”.
A advogada Débora Mendes explicou que, com a morte de Marília Mendonça, a preferência legal da guarda passa ao pai, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. Ruth só teria direito se comprovasse melhores condições ou grave risco com o genitor. Já a advogada Silvia Marzagão comentou o possível vínculo entre a guarda e a administração da herança de Marília. Apesar de serem processos distintos, o responsável legal tem influência direta sobre a gestão dos bens do herdeiro.
O caso ganha ainda mais repercussão ao se misturar com outra polêmica: a divisão da indenização do acidente aéreo que matou Marília e outras quatro pessoas. Ruth defendeu a decisão do juiz, que determinou a maior parte do valor ao filho da cantora. Parentes de outras vítimas, como a filha do piloto, alegam desigualdade na repartição dos R$ 10 milhões de reais pagos pelo seguro.
A defesa de Dona Ruth já informou que irá recorrer da decisão. “O menor sempre teve como referência de lar a casa da avó. Essa mudança abrupta é danosa. Vamos lutar pela reversão”, disse o advogado Robson Cunha.