Descubra a história de Sérgio Reis, o artista multifacetado que transitou do rock da Jovem Guarda ao estrelato na música sertaneja brasileira.

Sérgio Bavini, conhecido artisticamente como Sérgio Reis, nasceu em 23 de junho de 1940, no bairro de Santana, em São Paulo, Brasil. Filho de descendentes de italianos e portugueses, desde cedo demonstrou interesse pela música, influenciado pelas serestas e reuniões musicais familiares.

Início da Carreira Musical

Na adolescência, Sérgio trabalhou como estoquista no Bazar Lord e funcionário de uma companhia de seguros. Paralelamente, começou a se apresentar em casas noturnas e programas de rádio, adotando inicialmente o pseudônimo Johnny Johnson e interpretando músicas no estilo rock and roll, que ganhava popularidade na época.

Em 1958, lançou seu primeiro disco com as músicas “Enganadora” e “Será”, porém sem grande repercussão. O reconhecimento veio em 1967, quando, integrando o movimento da Jovem Guarda, gravou o sucesso “Coração de Papel”, que o projetou nacionalmente e consolidou sua carreira no cenário musical brasileiro.

Transição para a Música Sertaneja

No início dos anos 1970, Sérgio Reis decidiu explorar suas raízes e mergulhou na música sertaneja. Em 1972, lançou seu primeiro álbum no gênero, destacando-se com a canção “Menino da Gaita”. A partir daí, emplacou uma série de sucessos que se tornaram clássicos, como “O Menino da Porteira”, “Panela Velha”, “Pinga ni Mim”, “Disco Voador” e “Filho Adotivo”.

Seu álbum “O Melhor de Sérgio Reis”, lançado em 1981, vendeu mais de um milhão de cópias, consolidando-o como um dos principais nomes da música sertaneja no Brasil.

Carreira como Ator e Apresentador

Além da música, Sérgio Reis aventurou-se na atuação. Estreou na televisão na novela “Paraíso” (1982), escrita por Benedito Ruy Barbosa. Posteriormente, participou de produções marcantes como “Pantanal” (1990), interpretando o personagem Tibério, e “O Rei do Gado” (1996), onde formou a dupla “Pirilampo & Saracura” ao lado de Almir Sater. Também esteve em “A História de Ana Raio e Zé Trovão” (1990) e “Bicho do Mato” (2006).

No cinema, protagonizou filmes como “O Menino da Porteira” (1976), “Mágoa de Boiadeiro” (1978) e “O Filho Adotivo” (1983), reforçando sua versatilidade artística.

Vida Pessoal e Curiosidades

Sérgio Reis é conhecido por sua paixão pela vida no campo, sendo pecuarista dedicado e proprietário de uma pousada no Pantanal. Em sua juventude, viveu experiências curiosas, como se apresentar nu em uma festa fechada, conforme relatado em entrevista.

Ao longo de sua carreira, enfrentou desafios de saúde, incluindo um acidente vascular cerebral em 2002 e uma taquiarritmia em 2014, que o levaram a internações, mas dos quais se recuperou plenamente.

Reconhecimento e Prêmios

Sérgio Reis acumulou diversos prêmios ao longo de sua trajetória. Em 2010, recebeu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Sertaneja pelo álbum “Amizade Sincera”, em parceria com Renato Teixeira. Repetiu a conquista em 2015 com o álbum “Questão de Tempo”. Além disso, foi homenageado com o Prêmio Sharp de Música Brasileira em 1991 e recebeu o Troféu Imprensa de Melhor Cantor em 1972.

Carreira Política

Em 2014, Sérgio Reis ingressou na política, sendo eleito Deputado Federal por São Paulo pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB). Durante seu mandato, atuou em prol de causas relacionadas à cultura e ao agronegócio. Em 2018, decidiu não se candidatar à reeleição, optando por focar na saúde e na carreira artística.

Legado

Com mais de seis décadas dedicadas à música e às artes, Sérgio Reis deixou uma marca indelével na cultura brasileira. Sua capacidade de transitar entre gêneros musicais e atuar em diferentes mídias o consagrou como um artista completo e versátil, cuja obra continua a influenciar novas gerações de músicos e artistas no país.