América Latina Lidera Controle Biológico de Pragas em 2024: Avanços e Desafios para Agricultura Sustentável
Em 2024, a América Latina e o Caribe se destacam globalmente como as principais regiões adotantes de controle biológico aumentativo, com mais de 62 milhões de hectares tratados. Essa prática, que utiliza agentes naturais como fungos e bactérias para combater pragas, apresenta um avanço notável nas culturas de soja, cana-de-açúcar, milho e algodão, impulsionada por políticas públicas eficazes e a demanda por uma agricultura sustentável.
O Protagonismo do Brasil no Controle Biológico
O Brasil se consolida como líder na adoção de controle biológico, aumentando a área tratada com agentes naturais de 22 milhões para mais de 56 milhões de hectares entre 2018 e 2024. Este crescimento é respaldado por novas regulamentações que facilitam o uso de microrganismos, além de incentivos estatais e uma forte adesão do setor agrícola. Cuba e outros países como Bolívia e República Dominicana também se destacam pela implementação de programas estruturados.
Fatores Favoráveis e Desafios
Vários fatores impulsionam o crescimento do controle biológico na América Latina. A simplificação do registro de produtos, a produção local de agentes naturais e o interesse de jovens agricultores pela sustentabilidade são cruciais. Entretanto, desafios como a cultura enraizada do uso de pesticidas químicos e a ausência de taxonomistas especializados ainda dificultam a expansão. O conhecimento técnico sobre biocontrole é essencial para superar essas barreiras.
Ocreto em Tempos de Mudança
Conforme Wagner Bettiol, da Embrapa, mudanças regulatórias têm acelerado a liberação de novos produtos, aumentando a autonomia dos agricultores. Embora o Brasil tenha mais de 600 produtos biológicos aprovados, a produção on-farm se torna vital para reduzir custos e garantir a qualidade. A eficiência dos agentes microbianos em larga escala, como Bacillus e Trichoderma, está impulsionando sua popularidade, mas o uso ainda é concentrado em cultivos industriais.
O Olhar Para o Futuro
Embora o crescimento do controle biológico seja promissor, a agricultura sustentável ainda enfrenta obstáculos técnicos, econômicos e culturais. O uso predominante de pesticidas químicos, juntamente com uma fragmentação nas regulamentações de produtos biológicos, limita a adoção mais ampla. Para alcançar a transformação desejada na agricultura, a integração do controle biológico nécessitará políticas públicas eficazes e educação contínua.
Em conclusão, a expansão da prática de controle biológico na América Latina não apenas promove uma agricultura mais sustentável, mas também representa uma oportunidade para reverter a dependência de produtos químicos. O verdadeiro desafio será garantir que esse avanço beneficie toda a cadeia agroalimentar, visando uma produção responsável e saudável para todos.
Fonte: Assessoria Embrapa Meio Ambiente