Gusttavo Lima enfrenta resistência entre aliados de Jair Bolsonaro, que o acusam de descumprir acordos políticos e agir de forma ingênua ao anunciar sua candidatura à presidência em 2026.
O cantor sertanejo Gusttavo Lima, que recentemente declarou sua intenção de disputar a Presidência da República em 2026, enfrenta duras críticas de figuras próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo aliados do ex-mandatário, o sertanejo teria rompido acordos políticos e estaria sendo manipulado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), para enfraquecer a influência de Bolsonaro no campo conservador.
A movimentação inesperada de Gusttavo Lima não só gerou atritos entre bolsonaristas, como também levantou questionamentos sobre sua inexperiência política e eventuais fragilidades que poderiam ser exploradas durante a campanha presidencial.
Acordos rompidos e acusações de traição
De acordo com fontes ligadas ao grupo de Bolsonaro, Gusttavo Lima teria um acordo prévio para disputar uma vaga ao Senado por Goiás, com o apoio do ex-presidente.
O anúncio de sua candidatura ao Planalto foi visto como uma traição política, causando indignação entre aliados bolsonaristas.
Uma fonte ligada ao núcleo político de Bolsonaro declarou que a popularidade não é suficiente para enfrentar o desgaste político e que o cantor terá sua vida vasculhada, o que pode manchar sua imagem.
As polêmicas que podem pesar contra Gusttavo Lima
Os bolsonaristas que agora criticam Gusttavo Lima apontam possíveis fragilidades que podem ser exploradas durante uma eventual campanha presidencial. Entre as principais polêmicas envolvendo o cantor, destacam-se:
- Cachês milionários: Em 2022, Gusttavo Lima foi alvo de críticas após um show de R$ 1,2 milhão ser cancelado em Conceição do Mato Dentro (MG), por suspeita de que o evento seria pago com verbas destinadas à saúde, educação e infraestrutura.
- Benefícios fiscais via Perse: A empresa de Gusttavo Lima teria recebido R$ 18,9 milhões em isenções tributáriasno Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) em 2024, levantando suspeitas sobre sua participação no programa.
- Investigação por lavagem de dinheiro: O sertanejo chegou a ser investigado por envolvimento com casas de apostas, e teve sua prisão preventiva decretada. No entanto, o caso foi arquivado por falta de provas.
O papel de Ronaldo Caiado e a estratégia política
Segundo aliados de Bolsonaro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, estaria por trás da movimentação política de Gusttavo Lima, visando fortalecer sua própria candidatura à presidência em 2026.
Caiado já derrotou candidatos apoiados por Bolsonaro em disputas locais, como nas eleições municipais de 2024, e é visto como um forte nome da direita tradicional.
A aproximação entre Gusttavo Lima e Caiado levanta suspeitas de que o sertanejo esteja sendo usado como um “trunfo político” para enfraquecer o bolsonarismo e ampliar o eleitorado conservador.
Nos bastidores, Bolsonaro ainda mantém influência significativa dentro do campo da direita, e sua posição nas eleições de 2026 será decisiva para a fragmentação ou unificação da base conservadora.
Gusttavo Lima e o futuro da direita: um nome viável?
Apesar das tensões com aliados de Bolsonaro, a candidatura de Gusttavo Lima ainda é vista como incerta. Alguns estrategistas políticos acreditam que o cantor possa ser convencido a disputar uma vaga no Senado por Goiás, ao invés de concorrer diretamente à presidência.
O cantor sertanejo tem um dos maiores públicos do país e uma base fiel de seguidores, o que o tornaria um forte puxador de votos em qualquer eleição.
No entanto, a falta de experiência política e o envolvimento em polêmicas podem se tornar obstáculos para uma candidatura nacional bem-sucedida.
Para viabilizar sua candidatura, Gusttavo Lima ainda precisa:
- Regularizar sua situação com a Justiça Eleitoral, já que não votou nem justificou sua ausência nas últimas eleições.
- Escolher um partido político até abril de 2026, prazo limite para disputar a presidência.
- Construir uma base de alianças políticas sólidas, que vão além do apoio popular conquistado na música.
Conclusão: o embate entre Gusttavo Lima e Bolsonaro pode definir o futuro da direita
A entrada de Gusttavo Lima na política pode ser um divisor de águas para o campo conservador no Brasil.
Se insistir na candidatura presidencial, o cantor pode enfrentar resistência dentro da própria direita, além de ter sua vida pessoal e financeira minuciosamente investigada.
Caso recue e aceite disputar o Senado, pode se tornar um forte aliado do bolsonarismo, reconquistando a base que hoje o vê como um traidor.
A grande questão é: Gusttavo Lima está preparado para enfrentar o jogo político e suas consequências? O desfecho dessa história pode redefinir o cenário da direita brasileira para 2026.