Lobão levanta suspeitas sobre o envolvimento de duplas sertanejas com lavagem de dinheiro e apoio de ruralistas em um podcast polêmico

Em uma entrevista explosiva e polêmica no podcast Inteligência Ltda, o cantor e compositor Lobão fez acusações que estão causando grande alvoroço no cenário da música sertaneja. Sem apresentar provas concretas, Lobão levantou a suspeita de que o sucesso e a predominância de duplas sertanejas nas rádios brasileiras possam estar ligados a um esquema de lavagem de dinheiro, supostamente orquestrado por ruralistas e políticos influentes.

O artista, conhecido por seu estilo direto e suas opiniões fortes, não poupou críticas ao gênero sertanejo moderno, que ele chamou de uma versão “sub-pop escatológica” da música brasileira. Durante a conversa, Lobão fez diversas afirmações impactantes, sugerindo que as duplas sertanejas estão sendo bancadas por ruralistas com intenções obscuras e que o dinheiro por trás desse show business não é tão limpo quanto parece.

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Sertanejos e Ruralistas: O Que Lobão Afirma?

Segundo Lobão, existe uma conexão entre a bancada ruralista e o domínio do gênero sertanejo nas rádios e meios de comunicação. O cantor especula que o dinheiro ilícito é usado para fortalecer a presença desses artistas no mercado, criando uma rede de apoio que envolve tanto políticos quanto donos de rádios:

“A bancada ruralista é dona das rádios, e o dinheiro ilícito movimenta essa indústria. Os meios de comunicação estão nas mãos de grupos poderosos, e quem está no centro disso tudo são os sertanejos e os evangélicos.”

Lobão não se limita a criticar apenas os artistas, mas também a estética que ele vê como uma ferramenta política. Para ele, o atual cenário do sertanejo é algo produzido para manter uma narrativa que atende aos interesses de determinados grupos de poder, em especial o bolsonarismo e a direita ruralista.

“No Brasil, tem essa alternativa podre e horrorosa que é o sertanejo. A estética bolsonarista é cafona, um mau-gosto que fede.” – disparou Lobão, em uma das declarações mais polêmicas do podcast.

Sertanejo: De Raiz ao Pop Escatológico?

Zé Neto e Cristiano

Embora Lobão tenha expressado seu respeito pela música sertaneja raiz, ele foi extremamente crítico em relação à produção atual do gênero, chamando-a de “sub-pop escatológico”. Segundo ele, o sertanejo contemporâneo se afastou de suas raízes e se tornou uma ferramenta comercializada, sem profundidade artística:

“Eu adoro música sertaneja raiz, mas isso que tem aí é um sub-pop escatológico sem pé nem cabeça. É feito para latifundiário, para lavar dinheiro.”

A crítica reflete uma insatisfação que Lobão vem expressando há anos sobre a indústria musical brasileira, acusando o setor de estar corrompido por interesses econômicos e políticos. Ele sugere que o sertanejo moderno não é apenas uma questão de gosto musical, mas sim uma construção destinada a atender a interesses de lavagem de dinheiro e influência política.

A Bancada Ruralista e o Controle das Rádios

Uma das acusações mais sérias feitas por Lobão no podcast diz respeito ao controle das rádios por parte da bancada ruralista. Para ele, os ruralistas têm utilizado sua influência nos meios de comunicação para bancar e promover duplas sertanejas, usando essas plataformas para lavar dinheiro e manter uma narrativa política conveniente.

“Os ruralistas são todos donos de rádio. Ou você é evangélico ou sertanejo, então você tem os meios de comunicação na mão e tem lavagem de dinheiro da bancada ruralista. Aí começa a bancar duplas sertanejas.” – afirmou.

Embora essas acusações não sejam acompanhadas de provas, elas levantam questões sobre a influência que certos grupos podem ter sobre a indústria musical e o mercado de entretenimento no Brasil.

O Papel da Som Livre e do Sertanejo no Brasil

Além de criticar a bancada ruralista, Lobão também mencionou o papel da Som Livre, uma das maiores gravadoras do país, no fortalecimento do gênero sertanejo. Ele afirmou que a gravadora agora está totalmente voltada para a promoção de sertanejos e artistas evangélicos, ignorando outros gêneros musicais e limitando a diversidade cultural:

“A Som Livre agora é só sertanejo e evangélico. Não existe mais espaço para a diversidade musical que havia no Brasil.”– declarou.

Essa declaração reflete uma crítica que muitos artistas fora do circuito sertanejo compartilham: a de que o gênero tem monopolizado o mercado e ofuscado outros estilos musicais, como o rock, MPB, e a nova música popular brasileira.

Reações e Repercussão das Declarações

Leonardo

As declarações de Lobão rapidamente repercutiram nas redes sociais e na mídia, dividindo opiniões. Enquanto alguns internautas aplaudiram a coragem do cantor em levantar essas questões, outros criticaram a falta de provas concretas para sustentar suas acusações. Muitos fãs do sertanejo moderno também se manifestaram, defendendo o gênero e acusando Lobão de preconceito musical.

Os comentários polêmicos trouxeram à tona novamente o debate sobre o domínio do sertanejo no cenário musical brasileiro, e levantaram questões sobre a transparência das práticas financeiras nos bastidores desse universo.

Conclusão: O Que Esperar a Seguir?

As acusações de Lobão colocaram em xeque o sucesso do gênero sertanejo e levantaram suspeitas de um esquema mais profundo envolvendo corrupção e lavagem de dinheiro. Embora o cantor tenha admitido que não possui provas concretas, suas palavras não passaram despercebidas e reacenderam um debate sobre a influência política e os interesses econômicos por trás da música no Brasil.

Agora, resta esperar para ver se essas acusações ganharão mais atenção, ou se se trata apenas de mais uma polêmica envolvendo o cantor. Independentemente disso, o assunto promete render muitas discussões no meio musical e na política brasileira.