Sertanejos como Eduardo Costa e Leonardo estão no topo da lista de artistas que mais receberam dinheiro público para shows nos últimos cinco anos, segundo dados do TCE-MG.
Os artistas Eduardo Costa, Leonardo e a dupla Fernando e Sorocaba estão entre os nomes que mais receberam recursos de prefeituras mineiras para apresentações artísticas nos últimos cinco anos. De acordo com o levantamento do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), os sertanejos lideram os valores pagos, consolidando o gênero como o mais valorizado pelos gestores municipais.
Eduardo Costa encabeça a lista com impressionantes R$ 19,1 milhões, seguido por Leonardo, com R$ 16,4 milhões, e Fernando e Sorocaba, com R$ 16 milhões. Esses valores refletem a popularidade do sertanejo e o investimento pesado das cidades em eventos culturais com grandes nomes da música brasileira.
Investimentos públicos e transparência
O levantamento realizado pelo TCE-MG inclui dados de 1º de janeiro de 2020 a 7 de novembro de 2024 e analisa contratações realizadas por 65 municípios. O órgão destaca que as contratações não são ilegais, desde que sigam os critérios estabelecidos e os recursos sejam aplicados de maneira responsável.
“A intenção do TCE com esse painel é aumentar a transparência e fomentar o controle social,” declarou a instituição.
Além disso, o relatório identificou que as prefeituras mineiras gastaram cerca de R$ 940 milhões na contratação de artistas para quase 7 mil apresentações durante o período analisado.
Top 10 artistas mais contratados
Entre os artistas mais contratados, sertanejos dominam a lista, com apenas Barões da Pisadinha representando outro gênero musical (piseiro). Confira os valores:
- Eduardo Costa: R$ 19.142.701,00 — 65 municípios
- Leonardo: R$ 16.473.947,00 — 39 municípios
- Fernando e Sorocaba: R$ 16.034.240,00 — 65 municípios
- César Menotti e Fabiano: R$ 15.376.432,00 — 63 municípios
- Barões da Pisadinha: R$ 14.622.340,00 — 48 municípios
- Gino e Geno: R$ 14.360.950,00 — 84 municípios
- Amado Batista: R$ 13.434.900,00 — 58 municípios
- Diego e Victor Hugo: R$ 12.609.850,00 — 61 municípios
- Clayton e Romário: R$ 11.774.650,00 — 67 municípios
- Felipe Araújo: R$ 11.453.412,00 — 58 municípios
Cidades que mais gastaram com shows
O levantamento também revelou quais municípios mineiros mais investiram em eventos culturais. Itabirito, Ituiutaba e Barbacena ocupam as três primeiras posições.
- Itabirito: R$ 11.332.999,99
- Ituiutaba: R$ 10.831.000,00
- Barbacena: R$ 9.782.500,00
- Nova Lima: R$ 9.716.820,00
- Itabira: R$ 7.576.449,50
- Pirapora: R$ 6.765.096,62
- Extrema: R$ 6.552.562,70
- Buritizeiro: R$ 6.269.000,00
- Itatiaiuçu: R$ 6.221.000,00
- Ouro Preto: R$ 5.798.609,00
Impacto na economia e no entretenimento
Embora os gastos sejam expressivos, muitos municípios consideram os eventos culturais uma forma de movimentar a economia local e gerar empregos temporários. A presença de grandes artistas atrai multidões, impactando positivamente setores como comércio, turismo e serviços.
Contudo, o investimento em shows também levanta questionamentos sobre as prioridades de alocação de recursos, especialmente em cidades que enfrentam desafios financeiros em áreas essenciais como saúde e educação.
O papel do sertanejo na cultura brasileira
O domínio do sertanejo nas contratações reflete a força do gênero como uma das principais expressões culturais no Brasil. Artistas como Eduardo Costa, Leonardo e Fernando e Sorocaba continuam a atrair multidões e a consolidar a música sertaneja como elemento central nas festas e eventos municipais.
Com os dados do TCE-MG, o debate sobre o uso de recursos públicos em shows ganha força, estimulando discussões sobre a transparência e os impactos dessas escolhas nas comunidades locais.