Expogrande terá show gratuito com a banda Jota Quest

Expogrande 2023: A verdadeira festa ou um espetáculo de marketing?

Por que a Expogrande é mais que uma feira agropecuária e gera polêmica ao atrair multidões?

A 85ª edição da Expogrande, que ocorrerá de 3 a 13 de abril, promete ser um evento grandioso. Com atrações musicais como a apresentação gratuita da banda Jota Quest, esperava-se que a feira fosse um marco de celebração da cultura agropecuária. No entanto, a inclusão de atrações populares, com acesso facilitado, levanta questões sobre a verdadeira intenção por trás deste evento: promover o agronegócio ou apenas gerar lucro e entretenimento?

A Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), organizadora do evento, anunciou que algumas entradas seriam gratuitas, principalmente em domingos. Contudo, a pergunta que não quer calar é: será que esse apelo pela gratuidade não esconde um movimento camuflado para atrair aqueles que não geralmente se interessam pelo setor? Em tempos em que a conexão com o público é cada vez mais importante, a estratégia pode ser acertada, mas merece ser questionada.

Atrações: Cultura ou Marketing?

Durante a abertura, o público poderá degustar shows da música sertaneja clássica e de artistas renomados, como a dupla Mato Grosso e Mathias, e a ensolarada Jota Quest. Esta proposta é a parte mais visível do evento, que busca buscar a simpatia do grande público. No discurso da Acrissul, é sempre enfatizada a união da tradição com as inovações do agro. À primeira vista, isso soa inspirador, mas será que esse "união" é realmente significativa?

Um aviso aos seguidores: os fãs de Matuê e de Jorge & Mateus também poderão aproveitar shows e atrativos gastronômicos, mas o que está realmente em jogo aqui? Será que as bandas estão atraindo um público que desconhece completamente o universo agropecuário? Afinal, a feira se tornou mais um festival musical do que um espaço para discutir melhorias no setor agrícola?

O que está por trás do sucesso?

Numa tentativa de desmistificar a ideia de que a Expogrande opera apenas como um ponto de entretenimento, é importante observar que o evento ainda inclui uma série de leilões e exposições de animais. O que importa, no entanto, é que esses eventos estão muitas vezes ofuscados pelas atrações musicais. O que deveria ser uma celebração das contribuições do agronegócio à economia se transforma em um show que prioriza o entretenimento em detrimento da discussão relevante e necessária sobre os desafios que o setor enfrenta.

Há quem diga que a popularização do formato está distorcendo a essência da Expogrande. Sempre que o assunto é o setor agropecuário, a cobertura da mídia se concentra mais em um show de estrelas e menos em questões como sustentabilidade e inovação tecnológica no campo. Isso gera um ciclo vicioso: cada vez mais shows, menos debates.

A Gastronomia: O alicerce da tradição?

Em meio a toda a polêmica, a gastronomia se destaca como parte fundamental da Expogrande. Renomados restaurantes, como Fazenda Churrascada e Old Sheep Steak Bar, são anunciados com grande alarde. A culinária sul-mato-grossense se une à sofisticada proposta gastronômica, mas isso é suficiente para garantir que o evento mantenha suas raízes? Em uma feira que deveria ressoar a cultura e as tradições do agro, será que os pratos oferecem algo além do mero entretenimento?

O presidente da Acrissul, Guilherme de Barros Bumlai, tem reafirmado a qualidade no atendimento e a presença marcante de diferentes mesas, mas o que realmente compõe a identidade da Expogrande? O foco na mistura atrativa da gastronomia e da cultura popular pode ser um ponto forte, mas que deve ser equilibrado com o fomento à discussão necessária sobre o agronegócio.

Desafios para o Futuro

À medida que os dias passam, a Expogrande se transformará em um dos principais encontros do Brasil, mas é essencial refletir se essa evolução é positiva. O evento precisará notavelmente trabalhar em mudanças estruturais para que se mantenha fiel às suas origens e não esteja apenas em busca de lucro rápido por meio de shows. É um dilema que mexe com a essência do evento: manter a tradição ou abraçar o novo?

Assim, a Expogrande deste ano pode ser vista como um termômetro para entender as tendências do agro brasileiro. Será que a busca incessante por multidões acabará deixando no chão as tradições que sempre foram a espinha dorsal do evento?

É hora da população não só assistir, mas também questionar e participar das discussões que permeiam a Expogrande. Para aqueles que ainda têm dúvidas sobre os objetivos do evento, fica o convite: que tal se envolver nas conversas nas redes sociais e no espaço público para que a identidade agropecuária não se dilua na busca pelo entretenimento fácil?

Você concorda que a Expogrande deve priorizar suas tradições ou abraçar a modernidade? Comente e compartilhe suas opiniões para que juntos possamos construir um debate rico e produtivo sobre o agronegócio!