
Sertanejo sem museu: uma lacuna na valorização cultural?
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A dupla Fernando e Sorocaba propõe a criação de um museu para celebrar a história do sertanejo no Brasil, mas a sua ideia levanta questões sobre a valorização da música nacional.
Fernando e Sorocaba, nomes de referência da música sertaneja no Brasil, estão em uma cruzada ousada: a criação de um museu dedicado ao gênero que eles tanto amam. Durante a pré-estreia de seu documentário Nash, os artistas não apenas compartilharam suas experiências nos Estados Unidos, como também levantaram um questionamento pertinente: “Se Goiânia é considerada a capital da música sertaneja, como não temos um museu dedicado a isso?”. O tom provocativo da afirmação deixou muitos refletindo sobre a falta de valorização da cultura sertaneja em seu próprio país.
O sertanejo é o gênero musical que mais cresce no Brasil, frequentemente dominando as paradas de sucesso, como o Billboard Brasil Hot 100. Mesmo assim, seu reconhecimento é incompleto sem um espaço que conte a sua história. Fernando e Sorocaba acreditam que a criação de um museu poderia ser um passo fundamental para valorizar a arte que representa a identidade de milhões de brasileiros. "Precisamos valorizar nossa arte. É incrível como os americanos criam museus e geram entretenimento", ressaltou Sorocaba, chamando atenção para um contraste instigante entre Brasil e Estados Unidos.
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A proposta da dupla é inovadora: o museu funcionaria de maneira colaborativa, onde grandes nomes do sertanejo, como Jorge e Mateus e Chitãozinho, poderiam ceder itens de seus acervos pessoais. Essa ideia não só enriqueceria o acervo do museu, mas também simbolizaria uma união entre os artistas para a preservação da cultura. A diversidade e a trajetória do sertanejo merecem um espaço formal que possa contar suas histórias, e não apenas ser uma coleção de objetos.
Entretanto, a iniciativa não deve só ficar no papel. Sorocaba fez questão de afirmar que, se as autoridades locais não avançarem com o projeto, ele e Fernando podem tomar as rédeas da situação. “Não sou de Goiânia, mas apavorei os goianos: ‘Se vocês demorarem, eu vou pegar e criar essa ideia’”, comentou, provocando risos e espanto na plateia. Essa disposição ativa da dupla para liderar o projeto, caso necessário, já gera discussões sobre a responsabilidade dos artistas em promover a cultura nacional.
A proposta de um museu do sertanejo traz à tona uma discussão essencial: por que a música brasileira, que já conquistou o mundo, ainda não tem a infraestrutura necessária para ser celebrada em sua plenitude? A ausência de um espaço dedicado ao gênero pode ser vista como um reflexo de uma cultura que muitas vezes deixa o que é nacional em segundo plano, em favor de tendências importadas.
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Por fim, a ideia de um museu do sertanejo não é apenas uma questão de entretenimento, mas sim um grito por reconhecimento e valorização cultural. A boa música precisa de seu histórico para seguir em frente, e Fernando e Sorocaba entenderam isso como ninguém. No entanto, a pergunta que fica é: será que as autoridades e a sociedade estão prontas para investir na preservação de nossa rica herança musical?
Chamada para Ação: O que você acha da proposta de Fernando e Sorocaba? Deixe a sua opinião nos comentários e compartilhe sua visão sobre a valorização do sertanejo no Brasil. A música que fala ao coração precisa de espaço para ser ouvida!