Gusttavo Lima e o Show do “Embaixador Classic”: Uma Experiência Luxuosa ou uma Exibição de Ostentação?
Subtítulo: Bilhetes que custam até R$ 10 mil geram debate sobre o preço da diversão e a elitização da música
A nova turnê do cantor sertanejo Gusttavo Lima, chamada “Embaixador Classic”, promete ser um marco na música brasileira, especialmente com o show programado para o Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, no dia 26 de abril. Contudo, não são apenas as promessas de um espetáculo iluminado que estão em evidência. Os preços exorbitantes dos ingressos estão gerando uma polêmica que vai além da música, levantando questões sobre a acessibilidade e a cultura da ostentação que permeia o cenário atual.
Os valores dos ingressos variam entre R$ 100 e impressionantes R$ 10 mil, e a procura tem sido tamanha que desistências na fila se tornaram raridade. Para os que desejam festejar em grande estilo, o ingresso “Exclusive” já está com mais de 80% das mesas vendidas e promete uma experiência VIP, embora seu custo elevado exclua uma boa parte do público.
As mesas, que acomodam até seis pessoas, oferecem uma série de comodidades, como banheiro exclusivo e serviço de garçom, porém, segundo informações, não contam com open bar. Ou seja, o que poderia ser visto como um investimento em uma noite de diversão se torna uma experiência que privilegia os que realmente estão dispostos a gastar. Os valores das mesas mais “modestas” também seguem padrões que, embora pareçam mais acessíveis, ainda assim elevam a discussão sobre o que é diversão para a maioria dos brasileiros.
As opções de ingresso mais em conta também estão disponíveis, mas quem consegue se animar a ir ao show de Gusttavo Lima por R$ 100 ou R$ 150 para meia entrada, sabendo que lá dentro a atmosfera será criada por aqueles que desembolsaram milhares? A pergunta que fica é: o quanto estamos dispostos a pagar para fazer parte de uma alegria que é cada vez mais restrita?
A venda dos ingressos ocorre pelo BaladApp, e as datas da turnê se estendem por várias cidades, mostrando que o fenômeno do “Embaixador Classic” tem pretensões de se espalhar pelo Brasil. Porém, a pergunta que ressoa é: será que essa turnê é realmente um reflexo da cultura sertaneja como um todo, ou é apenas um espetáculo para os afortunados?
O show de Gusttavo Lima em Belo Horizonte e suas outras datas, incluindo um grande fechamento em Manaus no dia 7 de junho, confirmam o que muitos já sabiam: o sertanejo segue como o gênero musical mais popular do Brasil. Contudo, essa popularidade tem sabor de elite e, mais uma vez, levanta o debate sobre o que realmente representa a acessibilidade em um mundo onde tudo parece se dividir entre o luxo e o simples.
Diante de toda essa controvérsia, a reflexão que lançamos é a seguinte: até que ponto a música pode ser um acessório da ostentação? E, em última instância, o que a opulência dos ingressos nos diz sobre a cultura que consumimos?
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