Família da cantora Marília Mendonça trava batalha judicial contra ex-empresário, enquanto especialistas debatem o destino do patrimônio digital bilionário
A morte trágica de Marília Mendonça, no dia 5 de novembro de 2021, ainda repercute, não apenas pelo luto que deixou entre fãs e amigos, mas também pela disputa judicial milionária envolvendo sua herança.
Se por um lado a família enfrenta uma batalha na Justiça contra o ex-empresário Gabriel Ramalho, por outro, o patrimônio digital da cantora se tornou alvo de um novo e complexo debate jurídico, trazendo à tona uma questão ainda pouco discutida no Brasil: o destino da herança digital de artistas e influenciadores após a morte.
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O que está em jogo na herança digital de Marília Mendonça?
Diferente de bens físicos, a herança digital inclui ativos como redes sociais, canais no YouTube, plataformas de streaming e até criptomoedas. No caso de Marília, seus números impressionantes mostram o impacto e o valor desse patrimônio:
- Mais de 41 milhões de seguidores no Instagram
- Mais de 17 bilhões de visualizações no YouTube
- Mais de 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify
- Direitos autorais de centenas de composições
O que torna essa disputa ainda mais delicada é o fato de não haver legislação clara no Brasil sobre o que acontece com esse tipo de herança após o falecimento do titular.
De acordo com Veridiana Fraga, sócia da SFCB Advogados, o crescimento do interesse sobre herança digital tem aumentado consideravelmente.
“Temos recebido consultas há cerca de um ano sobre herança digital, se ela faz parte do direito de sucessão ou não”, afirmou a especialista.
No caso de Marília, seu inventário digital representa um ativo valioso, capaz de gerar receita contínua para sua família por décadas. O problema é que não existe uma regulamentação específica que determine como esses bens devem ser gerenciados ou repassados.
A batalha judicial contra o ex-empresário Gabriel Ramalho
Além do imbróglio sobre a herança digital, a família de Marília enfrenta uma disputa milionária contra seu ex-empresário Gabriel Ramalho, que entrou com um processo trabalhista exigindo uma indenização de R$ 9 milhões.
Gabriel foi um dos primeiros empresários da cantora e a ajudou a dar seus primeiros passos no mercado sertanejo, intermediando contatos com gravadoras e artistas. Durante anos, ele recebeu 10% dos lucros da carreira de Marília, além de uma suposta participação no contrato da cantora com a gravadora Som Livre.
No entanto, após o sucesso estrondoso de Marília, a relação entre os dois azedou, e a cantora decidiu revogar as procurações e romper com seu ex-empresário, alegando que ele exibia comportamentos agressivos e andava armado, o que gerava desconforto nos bastidores.
Agora, Gabriel alega que nunca recebeu parte do dinheiro que lhe era devido, afirmando que seu salário mensal era de R$ 200 mil e que, somando os valores não pagos, teria direito a R$ 9 milhões.
A família de Marília contesta a versão de Gabriel e está determinada a provar na Justiça que a cantora rompeu o vínculo profissional de forma legítima.
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O impacto da disputa na imagem da artista e o futuro do legado de Marília Mendonça
A memória de Marília Mendonça segue viva na música brasileira, mas as disputas judiciais envolvendo sua herança digital e financeira podem se arrastar por anos, gerando impactos na gestão do seu legado.
O caso abre um precedente importante sobre o futuro da herança digital no Brasil, principalmente para artistas e influenciadores que acumulam fortunas em redes sociais e plataformas de streaming.
A pergunta que fica é: como a Justiça deve lidar com esses novos tipos de patrimônio e garantir que o legado dos artistas seja preservado sem disputas intermináveis?
Enquanto a batalha continua, uma coisa é certa: Marília Mendonça segue sendo um dos maiores nomes da música brasileira, e sua obra continua tocando milhões de corações.