Maior túnel imerso do mundo avança na Europa com técnica que será usada no Brasil: projeto Santos-Guarujá surpreende

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Túnel imerso Santos-Guarujá usará mesma técnica do maior túnel do mundo entre Dinamarca e Alemanha. Veja detalhes da construção.
O futuro túnel imerso entre Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, será o primeiro do tipo no Brasil. Inspirado no maior túnel imerso do mundo, em construção entre Dinamarca e Alemanha, a obra brasileira seguirá a mesma técnica moderna de imersão de módulos pré-fabricados no fundo do mar.
Enquanto o projeto europeu prevê a ligação entre os dois países por meio de um túnel de 18 km, o trecho nacional terá 870 metros de extensão e R$ 6 bilhões em investimentos públicos. A obra é parte de uma parceria entre os governos estadual e federal.
Conheça a seguir os detalhes da construção internacional e entenda como a engenharia do túnel europeu servirá de base para a obra no Brasil.
Gigante europeu: túnel liga Dinamarca e Alemanha com 18 km e 79 blocos submersos
O maior túnel imerso do mundo está sendo construído no Mar Báltico, conectando Rødbyhavn (Dinamarca) a Puttgarden (Alemanha). Com 18 km de extensão e 40 metros de profundidade, a estrutura contará com 79 blocos de concreto interligados, cada um pesando 73 mil toneladas — o equivalente a 10 Torres Eiffel.
Esses módulos gigantes estão sendo fabricados em uma instalação dedicada de 220 hectares, construída exclusivamente para a obra. As estruturas são posicionadas em uma vala escavada no leito marinho e depois conectadas para formar o túnel submerso, que abrigará rodovias de duas pistas e duas linhas ferroviárias eletrificadas.
Orçada em € 7,4 bilhões (cerca de R$ 46,5 bilhões), a construção já teve as extremidades em terra finalizadas, e a imersão dos blocos no mar está prevista para ser concluída até 2029.
Brasil segue modelo europeu: Santos e Guarujá ligados por túnel inédito
Seguindo a mesma lógica do projeto europeu, o túnel imerso Santos-Guarujá utilizará seis módulos de concreto pré-moldados. Esses blocos serão testados para vedação e impermeabilidade antes de serem “mergulhados” no local definitivo, no fundo do canal do porto.
A obra, estimada em R$ 6 bilhões, será a primeira do tipo no país e integra esforços do Ministério de Portos e Aeroportos com o governo do estado de São Paulo. O objetivo é desafogar o trânsito e melhorar a logística portuária entre as duas cidades litorâneas, reduzindo o tempo de travessia para poucos minutos.
Segundo especialistas, a técnica do túnel imerso traz diversas vantagens, como menor impacto ambiental, redução no tempo de execução e menos necessidade de escavações profundas. A expectativa é que o modelo se torne referência para futuras obras de infraestrutura subaquática no Brasil.
Engenharia de ponta: por que a técnica de imersão impressiona
Ao contrário dos túneis escavados, os túneis imersos são formados por seções construídas em terra e depois posicionadas sob a água. O método é ideal para regiões costeiras ou com tráfego marítimo intenso, já que evita grandes interferências no leito marinho e apresenta maior controle de qualidade estrutural.
Esse tipo de engenharia tem sido adotado em grandes projetos globais, como o Seikan Tunnel no Japão e o famoso Canal da Mancha que conecta Inglaterra e França — embora este último tenha sido escavado. Agora, o Brasil se prepara para entrar nesse seleto grupo de países que utilizam tecnologia de ponta na infraestrutura de transporte submerso.