Venda de fonogramas de Marília Mendonça, avaliada em R$ 300 milhões, está suspensa após polêmica envolvendo Dona Ruth e Murilo Huff.
Uma negociação milionária envolvendo o acervo musical de Marília Mendonça foi suspensa após disputas judiciais entre Dona Ruth e Murilo Huff, pai de Léo, herdeiro único da artista. O catálogo está avaliado em R$ 300 milhões.
O universo da música sertaneja foi sacudido por uma polêmica envolvendo a fortuna deixada por Marília Mendonça. A Coluna Matheus Baldi revelou, com exclusividade, que a venda do acervo fonográfico da artista, avaliado em até R$ 300 milhões, está suspensa. O motivo? Um impasse judicial envolvendo a guarda de Léo, filho da cantora, e os direitos sobre sua herança.
Durante uma entrevista ao programa Fantástico, Dona Ruth Moreira, avó materna do menino, declarou que Léo é o único herdeiro da artista: “Tudo que vem de Marília é 100% do seu neto”, disse. Porém, segundo a Coluna, Ruth teria conduzido negociações com gravadoras interessadas no catálogo ainda enquanto dividia a guarda do neto com Murilo Huff.
A venda, no entanto, foi barrada por Murilo, que não autorizou a transação. Desde 30 de junho de 2025, ele detém a guarda unilateral provisória de Léo. Com isso, todas as decisões legais e patrimoniais referentes ao menino — inclusive sobre os fonogramas — passaram a ser exclusivamente dele.
De acordo com fontes próximas, Murilo não tem interesse em vender o acervo. Seu argumento é que o filho deve decidir sobre o legado da mãe quando tiver idade suficiente. “Murilo não precisa do dinheiro, e Léo também não. Ele quer preservar a memória de Marília”, declarou uma pessoa próxima à família.
A movimentação de Dona Ruth gerou controvérsia, pois ela não é herdeira direta dos direitos fonográficos. Apesar da proximidade afetiva, qualquer tentativa de comercialização sem autorização do tutor legal do herdeiro foi considerada precipitada e levantou suspeitas.
Disputa entre família e gravadoras congela venda do catálogo fonográfico
Segundo a Coluna, uma das principais interessadas na aquisição é a Som Livre, gravadora histórica de Marília Mendonça e que, desde 2022, faz parte do conglomerado da Sony Music. Mesmo após a compra, a Som Livre mantém sua estrutura, mas está sob comando da nova administradora internacional, que gere os catálogos dos artistas de ambos os selos.
O acervo musical de Marília Mendonça é vasto. Segundo dados do Ecad, a cantora tem 349 composições registradas e 521 fonogramas gravados em sua voz. Cada fonograma — que é a gravação sonora da música — gera receita sempre que é executado em rádio, TV, streaming ou eventos. Isso torna o catálogo extremamente valioso.
Esse tipo de venda funciona como uma transferência de direitos: o comprador paga um valor fixo — normalmente milionário — e passa a ter o direito de explorar economicamente as músicas. Em contrapartida, o antigo detentor dos direitos abre mão de rendimentos futuros e recebe a quantia de uma só vez.
Antes da venda, é necessário calcular o valor do acervo por meio de um processo de valuation, que considera o desempenho dos últimos anos. Um crescimento constante pode multiplicar o valor estimado por até 20 vezes. Mas no caso de Marília, o acervo continua valorizado mesmo após sua morte, o que atrai o interesse de grandes gravadoras e fundos de investimento.
Por ora, a venda está paralisada. Murilo Huff é o único responsável pela tutela de Léo e, segundo fontes, não pretende autorizar qualquer comercialização sem que o filho possa participar da decisão. A expectativa é que o caso ganhe novos desdobramentos, já que Dona Ruth pretende recorrer judicialmente para tentar reverter a perda da guarda.
Enquanto isso, a fortuna de Marília Mendonça segue intocada — protegida por uma disputa que, mais do que envolver milhões, carrega emoções familiares profundas e o legado de uma das maiores vozes da música brasileira.