Internautas acusam famílias de querer lucrar com lançamentos póstumos de Marília Mendonça e Cristiano Araújo
O lançamento da música “De Quem é a Culpa?”, que une as vozes de Marília Mendonça e Cristiano Araújo, promete ser um marco na música sertaneja. No entanto, o que deveria ser uma homenagem aos cantores, que faleceram em 2021 e 2015, respectivamente, se transformou em motivo de revolta entre os fãs.
A canção, que será disponibilizada nas plataformas digitais na sexta-feira (24/01), foi composta por Marília Mendonça e inicialmente escrita para Cristiano Araújo. Anos depois, a própria cantora gravou a música em 2017, e agora as famílias dos artistas se uniram para o lançamento de uma versão inédita, unindo suas interpretações por meio de um processo de remasterização.
Apesar da proposta emotiva, muitos fãs criticaram a iniciativa, acusando os familiares dos artistas de explorar suas imagens para fins lucrativos.
LEIA TAMBÉM: Roberta Miranda joga indireta para Jão após anúncio de pausa na carreira
Fãs criticam lançamento e questionam intenção do projeto
A divulgação da capa do single, que traz os rostos de Marília Mendonça e Cristiano Araújo formados por estrelas, dividiu opiniões. Segundo a equipe responsável, nenhuma tecnologia de inteligência artificial foi utilizada, atendendo a um pedido da família de Marília Mendonça.
Mesmo assim, nas redes sociais, o lançamento foi amplamente criticado. Muitos internautas afirmaram que o projeto não passa de uma estratégia para lucrar em cima da memória dos artistas, sem respeitar seus legados.
Nos comentários das redes sociais, o tom foi de revolta:
- “Família ganhando dinheiro em cima da morte dela”, disse Karmem Garcia.
- “Não vejo isso como homenagem… Acho falta de respeito!”, criticou Elton Xavier.
- “Querem de todo jeito ganhar dinheiro com dois que nem estão mais aqui”, apontou Mary Ouellet.
- “Acho falta de respeito a mulher morta e o povo querer ganhar dinheiro em cima dela”, detonou Larissa Oliver.
A polêmica também reacende o debate sobre lançamentos póstumos na indústria musical, algo que já aconteceu com outros artistas falecidos. Enquanto alguns acreditam que esse tipo de material ajuda a manter viva a memória dos cantores, outros consideram que a prática pode desrespeitar suas histórias e a vontade de seus fãs.
Marília Mendonça e Cristiano Araújo: duas perdas trágicas na música sertaneja
A semelhança entre as histórias de Marília Mendonça e Cristiano Araújo vai além do talento musical. Ambos partiram precocemente, deixando milhões de fãs e transformando suas despedidas em momentos de grande comoção nacional.
Cristiano Araújo faleceu em 24 de junho de 2015, aos 29 anos, em um acidente de carro após um show em Itumbiara, Goiás. O veículo capotou e, além dele, sua namorada Allana Moraes, de 19 anos, também não resistiu.
Seis anos depois, em 5 de novembro de 2021, o Brasil foi novamente impactado pela morte de Marília Mendonça, aos 26 anos, em um acidente de avião. A aeronave caiu quando a cantora viajava para um show em Minas Gerais, vitimando também seu produtor, assessor e os dois pilotos.
Agora, com a chegada de um dueto inédito entre os dois, a polêmica sobre o respeito à memória dos artistas volta a ganhar força.
VEJA TAMBÉM: Cantor sertanejo é preso após agredir namorada
Indústria musical e lançamentos póstumos: homenagem ou exploração?
O mercado fonográfico frequentemente investe em lançamentos póstumos, reaproveitando gravações inéditas ou reeditando materiais antigos de artistas falecidos. Nos últimos anos, nomes como Michael Jackson, Whitney Houston e Amy Winehouse tiveram álbuns lançados após suas mortes, sempre acompanhados de debates sobre ética e exploração comercial.
No Brasil, a mesma discussão ocorre com Marília Mendonça e Cristiano Araújo. Enquanto alguns fãs enxergam esse projeto como uma forma de manter vivos os legados dos cantores, outros consideram um desrespeito à memória dos artistas.
Resta saber se a comoção negativa terá impacto no desempenho da música ou se, mesmo com a polêmica, “De Quem é a Culpa?” se tornará mais um sucesso na carreira imortal de Marília Mendonça e Cristiano Araújo.