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Acordos Comerciais dos EUA: A Asimetria que Amplia o Domínio Sobre Potências Econômicas
Os recentes acordos comerciais dos Estados Unidos com economias globais como a União Europeia, Japão, Reino Unido, Indonésia, Vietnã e Filipinas marcam um novo capítulo nas relações comerciais internacionais. Este artigo analisa como a assimetria nas condições impostas por Washington acentua seu domínio econômico, enquanto outros países se mostram relutantes em retaliar com tarifas recíprocas.
A negociação desses acordos tem como pano de fundo a elevação das tarifas de importação, que variam entre 10% e 20%, permitindo que os produtos estadunidenses se estabeleçam ainda mais nos mercados internacionais. A reposta dos países envolvidos foi a promessa de aumentar a compra de bens norte-americanos, totalizando bilhões de dólares em investimentos. Essa situação revela uma clara vantagem nas negociações, com os EUA aplicando políticas comerciais que garantem competitividade sem consequências à altura.
O professor Nildo Ouriques, especialista em economia e relações internacionais da UFSC, observa que esses acordos, especialmente com a Europa e o Japão, representam vitórias significativas para o governo de Donald Trump. Ouriques defende que as tarifas altas, na verdade, são uma estratégia para reerguer setores industriais nos EUA, enquanto a China continua fortalecendo sua posição global. O professor destaca que o imperialismo norte-americano ainda possui mecanismos de pressão robustos, mostrando que as tarifas são uma tentativa de proteção ao mercado interno.
A eficácia da estratégia americana também se revela nas negociações com a União Europeia. Embora as tarifas de importação tenham sido elevadas a 15%, os produtos considerados estratégicos, como aeronaves e medicamentos, permanecem isentos. Em contraste, a Europa se comprometeu em investir US$ 600 bilhões nos EUA e a comprar US$ 750 bilhões em energia. Isso evidencia uma clara assimetria, onde a União Europeia implementa concessões significativas sem reciprocidade da parte americana. As reações críticas, especialmente da França, ressaltam a percepção de subserviência da Europa em relação aos interesses norte-americanos.
Enquanto isso, a China, embora pressionada por tarifas que chegam a 145%, demonstrou resiliência. O acordos com Japão, Indonésia e Filipinas, que também não aplicaram tarifas recíprocas, reforçam o posicionamento dos EUA na dinâmica econômica mundial. O Japão, por exemplo, comprometeu-se a comprar aeronaves da Boeing e aumentar seus investimentos em defesa, enquanto a Indonésia e Filipinas prometeram eliminar barreiras tarifárias para produtos americanos.
A estrutura assimétrica desses acordos traz à tona questões sobre o futuro das relações comerciais globalmente. O consenso entre especialistas é que, ao favorecer a concentração de capital nos EUA, essas políticas comerciais podem sufocar pequenas e médias empresas, especialmente na Europa, e criar um ambiente monopolista. Em suma, os acordos comerciais dos EUA revelam uma estratégia calculada que expande sua influência global, ao mesmo tempo que limita a capacidade de resposta de outras potências econômicas.