Três PMs são condenados por matar cantor sertanejo com um tiro na cabeça

Três policiais militares foram condenados pelo assassinato do cantor sertanejo José Bonifácio Sobrinho Júnior, conhecido como Bony, ocorrido em 2012.

Após mais de uma década de espera, a família de José Bonifácio Sobrinho Júnior, cantor sertanejo popularmente conhecido como Bony, finalmente viu os responsáveis por sua morte condenados pela Justiça. Em um novo julgamento, realizado após um recurso interposto pela família da vítima, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) condenou os três policiais militares envolvidos no caso por homicídio doloso — quando há a intenção de matar.

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Inicialmente julgados em 2016, os policiais militares Aluísio Felipe dos Santos, Silmar Silva Gonçalves e André Luiz Rocha haviam sido absolvidos sob a alegação de que o homicídio foi culposo, ou seja, que não houve intenção de matar. No entanto, a família de Bony recorreu da decisão, alegando que os agentes agiram de forma que impossibilitou a defesa da vítima. O Tribunal de Justiça de Goiás acatou o recurso e determinou um novo julgamento.

Neste novo júri, a tese da defesa, que sustentava a ausência de intenção dos PMs em matar Bony, não foi aceita. O Ministério Público de Goiás (MPGO) argumentou que os réus agiram com a intenção de eliminar a vítima e forjaram a cena do crime para simular um confronto entre Bony e os policiais, o que justificaria a morte do cantor.

Execução e Cena Forjada

Segundo a acusação, os policiais militares abordaram Bony e o executaram com um tiro na cabeça. Após o assassinato, eles teriam “plantado” uma arma no carro do cantor para forjar um confronto, numa tentativa de justificar o uso letal da força. A estratégia dos PMs, no entanto, foi desmascarada durante as investigações conduzidas pelo MPGO.

Com a condenação, Aluísio Felipe dos Santos perdeu o cargo que ocupava na Polícia Militar de Goiás (PMGO). Já Silmar Silva Gonçalves e André Luiz Rocha, que estão na reserva e não exercem mais funções ativas, não perderam o direito à aposentadoria. Um quarto policial militar envolvido no caso, Edson Silva da Cruz, faleceu durante o processo e, por isso, não foi a júri.

Repercussão e Consequências

A condenação dos PMs marca uma reviravolta significativa no caso, trazendo uma sensação de justiça para a família de José Bonifácio Sobrinho Júnior. No entanto, os réus ainda podem recorrer da decisão, o que pode prolongar o desfecho final desse trágico episódio.

O UOL tentou contato com os advogados dos três policiais condenados, mas não obteve resposta. A reportagem também procurou a PMGO para um posicionamento oficial sobre o caso, mas até o momento não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Este caso levanta mais uma vez a discussão sobre o uso excessivo da força por parte de agentes de segurança pública e as consequências que isso pode ter na vida de cidadãos inocentes. A condenação dos policiais envolvidos no assassinato de Bony é um lembrete doloroso das tragédias que podem ocorrer quando a força policial é mal utilizada.