Roberta Miranda lutou contra sertanejos para seguir na música

Roberta Miranda: A Voz que Enfrentou o Machismo no Sertanejo

Publicidade

O enfrentamento das barreiras impostas por uma indústria dominada por homens e as lições de resistência de uma das maiores estrelas do gênero.

Roberta Miranda, há décadas uma das vozes mais emblemáticas da música sertaneja, trouxe à tona, em uma recente entrevista ao programa Roda Viva, episódios que revelam as dificuldades enfrentadas por mulheres na indústria musical. Sua determinação não apenas conquistou o espaço que lhe é devido, mas também abriu caminho para muitas outras artistas que se seguem. No entanto, suas experiências levantam questões importantes sobre o machismo e a resistência feminina em um mundo que ainda insiste em silenciar vozes.

Um dos relatos mais impactantes da entrevista envolve a tentativa de silenciamento da cantora pela famosa dupla Matogrosso & Mathias. Segundo Miranda, o cantor Mato Grosso tentou se apropriar de sua obra, a icônica música "De Igual para Igual". A resposta dela foi clara: "Meu sonho era ouvir meu nome na rádio." Este não foi apenas um momento de afirmação pessoal, mas um marco em sua carreira que a tornou um símbolo de luta contra os limites impostos pelo patriarcado no sertanejo.

Publicidade

Durante a conversa, Roberta revelou que Mato Grosso chegou a fazer uma proposta financeira para que ela desistisse de sua carreira. “Ele queria pagar para uma pessoa que não tinha o que comer, com um cheque de R$5.000, dizendo ‘sai da música’”, contou. Essa tentativa de suborno destaca não apenas a falta de respeito pela sua arte, mas também a disposição de alguns homens da indústria em eliminar a concorrência de maneira ardilosa.

No entanto, a força de vontade de Miranda prevaleceu. Ao rejeitar a proposta, ela reafirmou sua paixão pela música e seu compromisso de nunca ceder diante das dificuldades que o mercado sertanejo impunha. "Esse caminho foi muito longo e eu sempre fui uma pessoa lutadora”, declarou, como um grito de resistência que ecoa entre as mulheres de sua geração e das seguintes.

O relato de Roberta sugere que o machismo no universo sertanejo, embora menos explícito, ainda permeia as relações dentro da indústria. "Velado, menos explícito, mas ainda acontece muito", disse ela. Esta afirmação convida à reflexão sobre as barreiras que as mulheres ainda enfrentam para serem respeitadas e reconhecidas em suas profissões.

Publicidade

As experiências de Roberta Miranda são um convite à conscientização sobre a importância da igualdade de gênero no cenário musical, especialmente em gêneros predominantemente masculinos. Sua trajetória não se resume a uma luta pessoal, mas se transforma em um chamado à ação para que todos nós possamos contribuir para a mudança dessa realidade.

Por isso, que tal refletir sobre o impacto que essas histórias têm em nossa sociedade? O que você já fez para apoiar as mulheres na música? Compartilhe suas opiniões e ajude a espalhar essa luta por um ambiente mais igualitário! A voz de Miranda é um eco que ressoa, mas para que continue a ser ouvida, sua história precisa ser compartilhada e discutida.