Segurança de Gusttavo Lima é investigado pela Polícia Federal por suposta ligação com o PCC. Operação envolve crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
O segurança de Gusttavo Lima, o policial civil Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, se tornou alvo da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em uma operação realizada nesta terça-feira (17). Rogerinho é suspeito de envolvimento em um esquema ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), envolvendo manipulação de investigações, venda de proteção a criminosos e lavagem de dinheiro.
Rogerinho: O nome citado na delação do caso Gritzbach
O nome de Rogerinho surgiu durante a delação premiada de Vinícius Gritzbach, empresário executado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no mês passado.
- Segundo o delator, Rogerinho teria negociado e ficado com um relógio de luxo pertencente a ele.
- Gritzbach apresentou prints das redes sociais mostrando o policial civil ostentando o acessório, reforçando as suspeitas de envolvimento em atividades criminosas.
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços ligados ao segurança de Gusttavo Lima, mas ele não foi localizado, sendo considerado foragido.
Detalhes da operação Tacitus
A operação foi batizada de Tacitus, termo em latim que significa “silencioso” ou “não dito”, em referência à forma de atuação da organização criminosa. Realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e com apoio da Corregedoria da Polícia Civil, a operação tem como foco o combate ao esquema criminoso.
- Mandados cumpridos: 8 mandados de prisão temporária e 13 de busca e apreensão em São Paulo e no interior do estado, incluindo cidades como Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba.
- Acusados: Entre os presos estão o delegado Fábio Baena e os policiais Eduardo Monteiro, Marcelo Ruggeri e Marcelo Bombom.
- Crimes investigados: Corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem chegar a 30 anos de reclusão.
O esquema criminoso e a ligação com o PCC
De acordo com as investigações, o esquema envolvia:
- Manipulação e vazamento de informações policiais;
- Venda de proteção a criminosos;
- Lavagem de dinheiro que teria beneficiado o PCC.
As autoridades estimam que a organização movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018. Rogerinho, que recebe um salário de pouco mais de R$ 7 mil, também é apontado como sócio de uma clínica de estética, uma empresa de segurança privada e uma construtora em São Paulo, levantando ainda mais suspeitas sobre suas atividades financeiras.
O impacto para Gusttavo Lima
Rogerinho é conhecido por ser parte do grupo de segurança do cantor Gusttavo Lima, um dos maiores nomes da música sertaneja no Brasil. A ligação do policial com o PCC inevitavelmente trouxe o nome do artista à tona, mas até o momento não há qualquer indício de envolvimento direto de Gusttavo Lima com as irregularidades.
A assessoria do cantor ainda não se pronunciou sobre o caso, mas fontes indicam que a equipe do artista está acompanhando o desenrolar das investigações.
Outros presos e próximos passos
Além de Rogerinho, os principais nomes envolvidos na operação são:
- Fábio Baena (delegado acusado de extorsão);
- Policiais Eduardo Monteiro, Marcelo Ruggeri e Marcelo Bombom;
- Civis envolvidos em lavagem de dinheiro: Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura (conhecido como Molly).
A Polícia Federal segue à procura de Rogerinho, e novas medidas estão sendo tomadas para localizar o segurança de Gusttavo Lima e aprofundar as investigações sobre o esquema.
Conclusão
A operação Tacitus revelou um esquema complexo que envolve manipulação policial, corrupção e lavagem de dinheiro em favor do PCC. A relação de Rogerinho, segurança de Gusttavo Lima, com as investigações colocou o caso sob os holofotes, mas até o momento, a Polícia Federal concentra esforços para localizá-lo e esclarecer os detalhes de sua atuação no esquema.
Enquanto o desfecho não ocorre, a operação segue em andamento, reforçando o combate ao crime organizado no país.