Com cachês reduzidos e agenda vazia, sertanejos como Gusttavo Lima e Safadão apostam em mentorias milionárias para novos artistas.
O mercado sertanejo está passando por uma crise sem precedentes, com artistas de grande porte vendo seus cachês despencarem e a agenda de shows esvaziar. A farra dos cachês milionários, que se tornou comum nos quatro anos do governo Jair Bolsonaro, entrou na mira do Ministério Público e dos Tribunais de Contas, obrigando os sertanejos a buscarem novas formas de faturamento.
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A queda dos cachês sertanejos
Ao final de 2024, diversos artistas alegaram que 2025 seria um ano para “diminuir os shows e aproveitar a família”. No entanto, essa narrativa logo foi desmascarada por números que indicam uma drástica queda nos cachês e no interesse do público.
A investigação do colunista Hedmilton Rodrigues, do Movimento Country, revelou que nomes como Gusttavo Lima, Wesley Safadão e Leonardo tiveram que reduzir o número de apresentações ou aceitar uma queda significativa nos valores cobrados para se manter no mercado.
A crise também afetou duplas como Maiara e Maraisa e Simone Mendes, que tiveram que se adaptar ao novo cenário do sertanejo. Com isso, artistas intermediários, como Lauana Prado, Murilo Huff, Ícaro & Gilmar e Guilherme & Benuto, viram seus cachês dispararem. No entanto, nenhum deles chega nem perto dos R$ 1,2 milhão que Gusttavo Lima costumava cobrar por show.
Mentorias: a nova aposta dos sertanejos
Diante da queda na demanda por shows e da pressão do Ministério Público, vários sertanejos decidiram investir em um mercado diferente: mentorias para novos artistas e empresários do setor musical.
Seguindo um modelo parecido com o de Pablo Marçal, os cantores agora oferecem treinamentos que custam entre R$ 15 mil e R$ 50 mil por palestra, abordando temas como:
- Treinamento vocal e repertório para novos cantores
- Estratégias para empresários sertanejos dominarem o mercado musical
- Cursos sobre marketing e gestão de carreira na música
Os pacotes incluem aulas presenciais e online, consultorias exclusivas e até encontros privados com os artistas, vendendo a ilusão de um “fórmula do sucesso” para quem sonha em entrar no mundo da música.
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Sertanejos perdem espaço no streaming e nas rádios
Com os artistas mais preocupados em fazer dinheiro do que em lançar hits, o sertanejo começou a perder espaço no streaming e nas rádios. Enquanto antes os grandes nomes do gênero dominavam os rankings musicais, hoje vêem suas posições ameaçadas por outros estilos musicais, como o trap e o piseiro.
O sertanejo sempre foi um dos estilos mais lucrativos do Brasil, mas a crise atual levanta dúvidas sobre o futuro do gênero e sobre até que ponto os artistas conseguirão se reinventar sem depender de contratos milionários com prefeituras.
O que resta saber é: será que essa nova onda de mentorias vai salvar os sertanejos da crise ou apenas reforçar a decadência do gênero?