O icônico Sabadão Sertanejo estava nos planos de Silvio Santos para um grande retorno, mas a ideia foi barrada antes de sua morte
Mesmo afastado das telas há dois anos, Silvio Santos, que faleceu no último dia 17 de agosto aos 93 anos, continuava a influenciar os rumos do SBT, a emissora que fundou em 1981 e transformou em um dos maiores canais de televisão do Brasil. Conhecido por sua genialidade em criar programas de sucesso, como “Programa Livre“, “Jô Soares Onze e Meia” e “Casa dos Artistas“, Senor Abravanel tinha um último desejo que agora só será lembrado como um sonho não realizado: a ressurreição do lendário “Sabadão Sertanejo“.
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O “Sabadão Sertanejo”, que marcou época nos anos 90 sob o comando de Gugu Liberato, foi um dos maiores sucessos da televisão brasileira, responsável por revelar grandes nomes da música sertaneja como Zezé Di Camargo & Luciano, Leandro & Leonardo e Gian & Giovani. O programa chegou a ser uma verdadeira ameaça à audiência da Globo no horário em que era exibido, consolidando o SBT como uma das principais vitrines para o gênero sertanejo.
No final de 2022, mesmo afastado das câmeras, Silvio Santos demonstrou grande interesse em reviver o “Sabadão Sertanejo”. O magnata da televisão estava determinado a trazer de volta o programa que havia conquistado corações e mantido milhões de brasileiros colados à televisão nas noites de sábado.
Para o comando dessa nova fase do “Sabadão Sertanejo”, Silvio considerou alguns dos maiores nomes da música sertaneja atual. Entre os cogitados, estavam Eduardo Costa e Gusttavo Lima, dois artistas que têm uma forte conexão com o público e que poderiam trazer de volta a grandiosidade do programa. A ideia era que, sob o comando de uma dessas estrelas, o “Sabadão Sertanejo” voltasse a ser um pilar da programação do SBT, relembrando a era de ouro do sertanejo e ao mesmo tempo modernizando o formato para uma nova geração.
O Projeto Barrado e a Nova Aposta da Emissora
Apesar do entusiasmo de Silvio Santos, o projeto de reviver o “Sabadão Sertanejo” não seguiu em frente. A atual presidente do SBT, Daniela Beyruti, filha de Silvio, optou por não investir na ideia do pai. Em vez disso, ela preferiu apostar em um rosto novo para as noites de sábado. A escolha recaiu sobre Virgínia Fonseca, influenciadora digital e nora do cantor Leonardo, que assumiu o comando de uma nova atração com um salário de R$50 mil reais.
Essa decisão marcou uma mudança radical na direção criativa da emissora, afastando-se da nostalgia dos anos 90 e buscando inovar com um formato mais alinhado às tendências atuais e ao público jovem das redes sociais. Apesar de Virgínia Fonseca trazer uma nova energia para o SBT, muitos se perguntam como teria sido o retorno do “Sabadão Sertanejo” e se ele poderia, mais uma vez, causar climão na concorrência, especialmente com a Globo.
A ideia de ressuscitar o “Sabadão Sertanejo” não foi a única brilhante criação de Silvio Santos ao longo de sua carreira, mas representa bem a sua capacidade de sentir o que o público queria e de trazer à vida programas que marcaram gerações. Com sua morte, o Brasil se despede de um dos maiores visionários da televisão, que sempre soube como impressionar e surpreender os telespectadores.
Agora, o SBT segue sem a presença diária de seu criador, mas com a difícil tarefa de manter vivo o espírito inovador que sempre caracterizou a emissora. O rompimento com as ideias mais tradicionais de Silvio e a aposta em novos formatos mostra uma emissora que, apesar de honrar o passado, está determinada a olhar para o futuro.
Enquanto isso, os fãs do “Sabadão Sertanejo” e da música sertaneja continuam a sofrer com a notícia de que o programa não voltará, mas o legado deixado por ele, assim como o de Silvio Santos, permanecerá vivo na memória dos brasileiros. O sonho de Silvio Santos de ver o “Sabadão Sertanejo” brilhar novamente pode não ter se concretizado, mas sua visão e paixão pela televisão continuarão a inspirar a todos que passaram pelas portas do SBT.