
Zé Felipe é condenado a indenizar ex-produtor que sofreu AVC e denuncia abandono. Entenda o caso e os impactos no meio sertanejo.
O cantor Zé Felipe foi condenado a pagar R$ 100 mil a seu ex-produtor Felipe Maciel, após ser acusado de abandono em meio a uma grave crise de saúde. O caso escancara problemas trabalhistas nos bastidores do sertanejo.
Entenda o processo que gerou polêmica e condenação
A decisão judicial que condena o cantor Zé Felipe ao pagamento de uma indenização por danos morais reacendeu debates sobre ética e responsabilidade no universo da música. O processo foi movido por Felipe Maciel, seu ex-produtor, que afirma ter sido abandonado pelo artista após sofrer um AVC hemorrágico. Segundo a denúncia, Felipe passou a enfrentar sérias dificuldades físicas e financeiras logo após deixar o cargo, sem respaldo contratual ou apoio da equipe do cantor.
De acordo com o colunista Daniel Nascimento, do jornal O Dia, a ação judicial detalha uma jornada de trabalho que, apesar de definida como administrativa, extrapolava horários e impunha ritmos exaustivos. Felipe teria trabalhado na equipe de Zé Felipe desde 2016, começando como promotor de vendas e subindo até o cargo de produtor executivo. Durante esse tempo, a rotina descrita incluía longas madrugadas de apresentações e compromissos, contrariando o contrato original.
Felipe afirma que, apesar de compromissos fixos das 8h às 17h, o expediente frequentemente se estendia até as 5h da manhã nos dias de shows. Essa sobrecarga, somada à ausência de registro formal em carteira, agravou seu quadro de saúde e o impediu de acessar benefícios básicos do INSS. O AVC sofrido por ele causou sequelas permanentes, deixando-o incapacitado para atividades profissionais.
Inicialmente, Felipe Maciel solicitou uma indenização superior a R$ 1,2 milhão. No entanto, após negociações e o risco de derrota em segunda instância, os advogados de Zé Felipe aceitaram um acordo no valor de R$ 100 mil, a ser pago em 10 parcelas de R$ 10 mil. A defesa do cantor não reconheceu vínculo empregatício, o que foi determinante para a redução do valor e a formatação do acordo.
Embora o caso tenha sido encerrado judicialmente, a repercussão nas redes sociais e entre os fãs do cantor foi intensa. Muitos questionaram o comportamento de Zé Felipe diante da fragilidade do ex-funcionário, considerando que Felipe Maciel dedicou anos à sua equipe. A ausência de amparo, especialmente após um episódio grave de saúde, foi vista por parte do público como um sinal de descaso com a equipe de bastidores.
Casos como esse evidenciam um problema recorrente no show business: o abandono de profissionais que trabalham longe dos holofotes. A indústria sertaneja, como outras do entretenimento, frequentemente negligencia os direitos básicos dos colaboradores. A condenação de Zé Felipe, ainda que envolva um valor reduzido, lança luz sobre essa realidade e reforça a importância de práticas mais humanas e responsáveis no trato com os bastidores da fama.
Mesmo sem grandes consequências financeiras para o artista, o impacto à sua imagem pode ser duradouro. A história de Felipe Maciel serviu de alerta para profissionais que atuam no suporte de grandes nomes da música brasileira, revelando uma fragilidade nas relações de trabalho informal que ainda predominam no setor.
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