Com histórico de problemas na voz, cantor se esforça, desafina e veta gravações da imprensa no meio do show

O cantor sertanejo Zezé Di Camargo desafina durante sua apresentação no São João de Petrolina, em Pernambuco, e viraliza nas redes sociais. Aos 62 anos, o artista enfrentou dificuldades vocais evidentes ao interpretar seu maior sucesso, “É o Amor”, e tomou uma atitude polêmica: proibiu a imprensa de filmar o show próximo ao palco.

O episódio, que rapidamente repercutiu em portais, blogs e redes sociais, reacendeu o debate sobre os problemas na voz que Zezé enfrenta há mais de uma década. Segundo relatos, nem mesmo a equipe de comunicação oficial do evento pôde se posicionar em frente ao palco.

O vídeo do momento em que Zezé Di Camargo desafina foi publicado pelo Blog Petrolina em Destaque e pelo portal Riacho em Foco. As imagens mostram o cantor claramente desconfortável, lutando para manter a afinação durante a execução da música que eternizou sua carreira.

Por que Zezé Di Camargo proibiu a imprensa de filmar?

De acordo com jornalistas locais, a produção do cantor adotou uma postura rígida ao perceber que a apresentação estava sendo gravada. Profissionais foram impedidos de ficar na frente do palco, e até a comunicação oficial do evento precisou se afastar.

Para o público, ficou claro que o objetivo era evitar a circulação de vídeos que expusessem as falhas na voz de Zezé Di Camargo, que, infelizmente, foram inevitáveis. A tentativa, no entanto, não funcionou. O vídeo captado do telão viralizou e virou um dos assuntos mais comentados nas redes.

Repercussão nas redes: críticas, memes e preocupação

O episódio rapidamente dividiu opiniões:

  • Uma parte dos fãs demonstrou preocupação com o estado de saúde vocal do cantor.
  • Outros criticaram a tentativa de censurar um evento público, afirmando que o público tem direito de registrar o que acontece no palco.
  • A internet, como sempre, não perdoou: surgiram memes, piadas e montagens sobre o momento em que Zezé Di Camargo desafina em seu principal hit.

“Zezé não precisa disso. Se não tá bem, assume, cancela ou adapta o show. Proibir filmagem só pega mal”, comentou um internauta no X (antigo Twitter).

Problemas na voz de Zezé Di Camargo: entenda a situação

Zezé Di Camargo

O problema vocal de Zezé Di Camargo não é novidade. Tudo começou há cerca de 16 anos, quando um cisto congênito em uma de suas cordas vocais se rompeu. O líquido espalhou-se pela mucosa, gerando uma aderência que comprometeu a elasticidade da corda vocal.

Em 2008, o cantor passou por uma cirurgia delicada para tentar resolver o problema. Embora tenha tido uma recuperação parcial, nunca mais voltou a ter a mesma potência vocal dos tempos áureos da dupla com Luciano.

Linha do tempo dos problemas na voz de Zezé Di Camargo

  • 2008: Cirurgia nas cordas vocais após rompimento de cisto congênito.
  • 2013 a 2015: Primeiras críticas públicas sobre perda de alcance vocal.
  • 2022: Admite em entrevista que não consegue mais atingir tons que gravou no auge.
  • Março de 2023: Desafina na música “Não Diga Adeus”, viralizando nas redes.
  • Junho de 2025: Novo episódio durante o São João de Petrolina, cantando “É o Amor”, com direito a proibição de filmagens.

O que diz Zezé Di Camargo sobre sua voz?

Em entrevistas recentes, o cantor tem sido bastante honesto sobre sua condição vocal. Em uma conversa com o jornalista André Piunti, no YouTube, Zezé desabafou:

“Logo após a cirurgia, fiz um disco que ganhou o Grammy. Mas você não pode exigir de mim a mesma performance de quando eu tinha 20 ou 30 anos. Eu tenho 61 anos. Gravei algumas músicas em tons insanos, que hoje são impossíveis pra mim.”

O sertanejo reforça que o tempo é implacável com qualquer profissional da voz, especialmente aqueles que trabalharam durante décadas forçando limites vocais extremos.

A voz de Zezé: ainda é possível cantar?

Apesar das limitações, Zezé continua se apresentando normalmente. Sua estratégia tem sido adaptar as músicas, baixando os tons e contando com o suporte do irmão Luciano, que tem assumido trechos mais exigentes.

No entanto, o episódio do São João deixa claro que há momentos em que nem as adaptações conseguem contornar a situação.

A tentativa de controlar a narrativa saiu pela culatra

O bloqueio à imprensa durante o show, que deveria evitar a propagação dos vídeos, acabou gerando o efeito oposto:

  • Mais pessoas ficaram curiosas.
  • O vídeo capturado do telão se espalhou ainda mais rápido.
  • A imprensa nacional e portais de fofoca amplificaram a repercussão.

Isso levanta uma discussão importante no mundo dos eventos públicos: artistas podem ou não restringir a cobertura da imprensa em shows?

Polêmica, saúde e legado: o que vem pela frente?

Zezé Di Camargo, agenda de shows

Mesmo com as dificuldades, Zezé Di Camargo segue cumprindo sua agenda de shows. O cantor tem consciência das limitações, mas reforça que sua conexão com o público vai além da perfeição técnica.

Além disso, o sertanejo tem investido cada vez mais no agronegócio, imóveis e negócios fora da música, uma estratégia inteligente para garantir estabilidade financeira, independente dos palcos.

Conclusão: Zezé Di Camargo desafina, mas sua história continua potente

O episódio de Petrolina mostra, mais uma vez, que ninguém está imune às limitações impostas pela vida e pelo tempo. Zezé Di Camargo, que fez história com sua voz poderosa nos anos 90 e 2000, agora enfrenta o desafio de seguir nos palcos com dignidade, mesmo quando a voz falha.

A tentativa de vetar a imprensa de registrar o momento gerou mais repercussão do que o próprio deslize vocal. E, no fim das contas, serviu para reacender debates sobre carreira, envelhecimento e a relação entre artistas, imprensa e público.

Enquanto uns criticam, outros seguem admirando. Uma coisa é certa: Zezé Di Camargo pode até desafinar, mas sua trajetória jamais sairá do tom da história da música sertaneja.

 

Hedmilton Rodrigues é o nome por trás do Movimento Country, o portal pioneiro da música sertaneja desde 1999. Radialista de alma, já passou pelas ondas da Transamérica e da Cidade FM. Hoje, como empresário e roteirista, segue misturando talento, microfone e boas histórias com sotaque do sertão