Dólar sobe para R$ 6,26 e Banco Central realiza leilão de US$ 3 bilhões para tentar conter a alta. Medidas fiscais podem ajudar, mas a insegurança persiste.
O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (18) que realizará um leilão de US$ 3 bilhões à vista para tentar controlar a alta do dólar, que fechou o dia a R$ 6,2679, batendo novo recorde histórico. O leilão ocorrerá na manhã de hoje, 19, das 9h15 às 9h20, com o objetivo de conter a pressão sobre a moeda americana, que disparou 2,78% na última sessão.
O impacto da alta do dólar e os esforços do governo
O mercado reagiu com nervosismo aos desafios fiscais enfrentados pelo governo, que ainda busca aprovação de medidas de contenção de despesas no Congresso. Apesar do avanço de algumas propostas de contenção de gastos, como o Projeto de Lei Complementar 210, que limita o crescimento das despesas com pessoal e incentivos fiscais, o mercado continua desacreditado, refletindo uma crise de credibilidade em relação ao compromisso fiscal do governo.
O Vice-Presidente Geraldo Alckmin se mostrou otimista, afirmando que a cotação do dólar tende a cair com a aprovação das reformas fiscais, mas, até o momento, o mercado parece não se acalmar com discursos e promessas, exigindo ações concretas.
Fatores externos que influenciam a alta do dólar
Além do cenário interno, a política monetária dos Estados Unidos também contribui para a desvalorização do real. O Federal Reserve, banco central dos EUA, anunciou um novo corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros, aumentando os rendimentos dos Treasuries e pressionando moedas de mercados emergentes, como o real.
Além disso, o fluxo de remessas para o exterior, que aumenta no final do ano, também reduz a liquidez do mercado de câmbio, contribuindo para a alta do dólar.
O futuro da cotação do dólar e as medidas do BC
Com o leilão de US$ 3 bilhões, o Banco Central busca estabilizar a moeda, mas as perspectivas ainda dependem da aprovação das reformas fiscais e da evolução da política monetária global. O mercado financeiro continua aguardando sinais claros de que o Brasil tem condições de controlar seu déficit fiscal e atrair investimentos estrangeiros, o que ajudaria a diminuir a pressão sobre a moeda.