Brasil se prepara para recorde de produção de óleo de milho com foco em biocombustíveis
A indústria brasileira de biocombustíveis está prestes a alcançar uma marca histórica na produção de óleo de milho, projetando cerca de 430 mil toneladas até 2025. Essa transformação é impulsionada principalmente pela crescente demanda por etanol de milho.
Crescimento do óleo de milho no Brasil
Segundo informações da Vinculum Agro Consultoria, o Brasil caminha para uma produção recorde de óleo de milho, com estimativas que indicam 320 mil toneladas provenientes da indústria do biocombustível. A estratégia nacional prioriza a eficiência na produção de etanol, o que tem gerado grande expectativa no setor.
Ângelo Pedrosa, diretor da consultoria, reforça que a moagem úmida de milho deve contribuir significativamente, somando cerca de 85 mil toneladas, enquanto a moagem a seco acrescentará aproximadamente 25 mil toneladas. Esse cenário revela a importância do óleo de milho nas novas práticas agrícolas e energéticas.
O aumento na oferta deste insumo é uma consequência direta da demanda crescente por energia limpa. O especialista destaca que, em 2013, o Brasil esmagou cerca de 100 mil toneladas de milho para a produção de etanol. Agora, a previsão é de processar cerca de 20 milhões de toneladas, ampliando consideravelmente a oferta de óleo de milho, conhecido como “distiller’s corn oil” (DCO).
A Inpasa, maior produtora de etanol de milho da América Latina, vem utilizando este subproduto como uma solução estratégica em diversas cadeias produtivas. Gustavo Mariano, vice-presidente da Inpasa, afirma que o óleo de milho é essencial tanto para a nutrição animal quanto como matéria-prima para combustíveis de aviação e diesel verde, alinhando-se às metas de descarbonização globais.
O investimento na refinaria de Balsas/MA é um exemplo do compromisso da Inpasa em maximizar o uso do milho e levar o produto a novos patamares no mercado internacional. A unidade, que terá capacidade para produzir 47 mil toneladas de óleo vegetal, também ampliará a presença da empresa nas exportações.
Além do interesse no mercado interno, a companhia já firmou parcerias para exportar óleo de milho para diferentes países, em um contexto onde a competitividade no setor de biocombustíveis cresce a cada dia. Essa dinâmica coloca o óleo de milho em uma posição de destaque em comparação ao tradicional óleo de soja, que apesar de ser uma oleaginosa, enfrenta novos desafios.
As projeções da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) indicam que o Brasil irá esmagar cerca de 57 milhões de toneladas de soja este ano, resultando em quase 12 milhões de toneladas de óleo. Ao que parece, o crescimento do óleo de milho não apenas complementa, mas também cria uma alternativa atraente ao óleo de soja. Não menos importante é o impacto econômico, já que a produção de óleo de milho gera receita independente do preço da commodity.
Atualmente, o preço do quilo do óleo de milho está cotado em R$ 5,60, um incentivo econômico significativo quando comparado ao preço do DDG (grãos secos de destilaria). As usinas estão buscando formas de incrementar a recuperação deste coproduto, tornando a operação de etanol de milho ainda mais competitiva.
No setor alimentício, o óleo de milho já se destaca como uma alternativa viável ao óleo de soja, ganhando aceitação entre indústrias que priorizam a performance e apelo nutricional. Enquanto o mercado evolui, as indústrias alimentícias já começaram a adotar este insumo em seus processos produtivos, consolidando assim uma presença cada vez mais relevante para o óleo de milho no Brasil.